14:37 - 21/JUL: Para enfrentar o crescimento da violência em Passos (MG), os moradores buscam novas alternativas e mudam hábitos e comportamento. A cidade de pouco mais de 106 mil habitantes é tida como uma das mais violentas do Sul de Minas e segundo o Mapa da Violência 2013, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, está entre as 300 mais violentas e perigosas do país.
Os registros de furtos e roubos deixam a população amedrontada. O comerciante Sebastião Messias Castinho contou que nunca se sentiu tão inseguro. “No último ano eu sofri cinco tentativas de assalto e já gastei mais de R$ 4 mil em segurança”, disse.
Ele comentou que instalou câmeras no estabelecimento para monitorar, no entanto, isso não garante a segurança ou evita os roubos. “Os assaltantes já quebraram portas, janelas, enfim, já entraram aqui de diferentes formas. Nós tentamos impedir e contratamos o monitoramento, ficamos ligados à central de atendimento e procuramos ficar de olho, né”, acrescentou.
Mas ele não é o único. Segundo o gestor de redes Oscar Cristiano Maia, a empresa de monitoramento em que atua tem 930 clientes. “Nós oferecemos serviços especializados em segurança para a cidade. O que notamos é que a procura cresce até 8% ao ano”, destacou.
A violência aumenta também a sensação de medo entre os moradores e segundo a psicóloga Tânia Mara Silva, estimula as mudanças de comportamento. “É uma mudança que acontece em função da falta de tranquilidade. Ela não é positiva, porque é decorrente de fatores negativos”, destacou.
Tais mudanças são refletidas também em números. Na polícia, as denúncias de pessoas em atitude suspeita também aumentaram. “Todas as denúncias que chegam até a delegacia são apuradas e investigadas, mas notamos que boa parte delas são por medo da população e não por indício real de crimes”, disse o delegado Marcos Pimenta.
Crimes violentos
Além dos crimes contra o patrimônio, a cidade é também apontada como uma das que mais registram crimes violentos na região. Neste ano, em sete meses, 19 pessoas morreram vítimas de latrocínios e homicídios.
Nesta semana, dois casos chamaram a atenção. Uma dona de casa de 49 anos foi assassinada na porta da residência, quando saiu para atender pessoas que chamaram pelo filho dela. O jovem é suspeito de ter matado um adolescente de 17 anos no dia anterior, também de forma violenta.
Crimes como este também mudaram a rotina da doméstica Maria Donizette Mendes Oliveira. Ela perdeu o filho de 21 anos em um assalto enquanto fechava o estabelecimento onde trabalhava. “De um ano para cá tudo ficou atrapalhado. Não temos mais confiança em nada. Eu parei de trabalhar e minha filha mais nova desistiu de estudar porque o curso que ela fazia era durante a noite”, disse..
Por: G1/Sul de Minas/EPTV