COMERCIANTES INSTALAM CÂMERAS POR CONTA PRÓPRIA EM PASSOS-MG:

16:50 - 21/11: Cansados dos recorrentes furtos, comerciantes que atuam na área central de Passos (MG) resolveram contratar uma empresa de segurança e instalar câmeras para monitorar a Rua Antônio Carlos. As câmeras são de uma empresa particular e o aluguel é pago mensalmente pelos comerciantes, com valor proporcional ao número de estabelecimentos. Os equipamentos têm alcance de até 80 metros e visão de 360 graus.

A instalação das câmeras foi feita há três meses e de acordo com a Associação Comercial, a situação é crítica. Uma mesma loja chegou a ser assaltada quatro vezes somente neste ano. Um adolescente de 17 anos é suspeito de participar de 31 ocorrências relacionadas a roubo de lojas na cidade. Por conta disso, os comerciantes acreditam que as câmeras podem inibir a ação dos criminosos.

No entanto, a Polícia Militar é contra esta prática e diz que este tipo de trabalho só pode ser feito em parceria com a corporação. Duas câmeras chegaram a ser instaladas na Rua Antônio Carlos, no entanto, segundo a Associação, eles foram orientados a não utilizar o sistema e nem a instalar as outras duas câmeras. “A Polícia Militar nos pediu para regularizar o sistema para então o utilizarmos”, explica João Pedro Wlassow, membro da Associação.

Questionada sobre a decisão dos comerciantes, a Polícia Militar explica que, por se tratar de uma via pública, é preciso que exista uma parceria com o estado ou o município. “O uso e as responsabilidades sobre as câmeras precisa ser definido. A Polícia Militar não proibiu o uso das câmeras, mas achamos o método estava irregular por conta da lei estadual”, esclarece o capitão da PM, Afrânio Tadeu Garcia.

O artigo 5º da lei 15.435, de 12 de janeiro de 2005, diz que o monitoramento por câmeras de uso da população depende da autorização estadual. No entanto, o comerciante Renato Mohallem garante que o sistema é legal. “Estamos dentro da lei, estamos nos protegendo”, diz.

Quem confirma esta colocação é Daiana Delmino da Silva, gerente de uma ótica que foi furtada neste ano. “Somente o alarme não foi suficiente para inibir os ladrões. Eles levaram R$ 12 mil em produtos e depois disso, foram colocadas grades e câmeras de segurança, do lado de fora, voltadas para as vitrines”, conta. Segundo a Polícia Militar, desta maneira, as câmeras são permitidas. “As câmeras são permitidas neste caso por conta da segurança externa”, reforça o capitão da Polícia Militar.

Para tentar resolver o impasse, os comerciantes da rua pretendem fazer uma nova reunião com a Polícia Militar na próxima semana. Com: G1/Sul de Minas/EPTV